Sou romântica, e daí?
Que as formas de nos relacionarmos e a maneira de lidarmos com o amor mudaram com o passar do tempo, a gente já sabe. Mas quem disse que ser romântica é sinal de fraqueza? Não sei, mas existe muita gente que acredita nisso.
Nós somos influenciadas por filmes e livros com as mais melosas e lindas histórias de amor e desencorajadas pela sociedade quando trata-se de demonstrar afeto. O problema é que hoje em dia ser romântico não está na moda. A negação do amor é também o grito de independência da nova geração que não tem tempo para nada, e as demonstrações de afeto são desvalorizadas.
Parece até que vivemos no auge da disputa de egos na qual as relações se constroem na base do "quem despreza mais, quem liga menos". Vai negar que já ouviu o conselho "pisa que ele gruda, gruda que ele pisa" de alguma amiga ou parente?
Enquanto isso, nós, as românticas e românticos de plantão, continuamos sentindo intensamente, mas nem sempre demonstrando nossos sentimentos como gostaríamos. Nossos relacionamentos são intensos, vividos como se não houvesse amanhã, pelo menos em nossos corações.
Nos encontramos imergidos em um mar de incertezas, em um mundo em que até enviar um sms após um encontro pode virar um grande dilema. Nós nos machucamos por termos demonstrado demais, e, quando tentamos jogar esse jogo de frieza, por termos demonstrado de menos.
Queríamos mesmo é poder fazer serenata, gritar em praça pública (ou nas redes sociais) o nosso amor. A gente gosta do frio na barriga antes de encontrar alguém. A gente gosta de bilhetinhos pela casa, de sms inesperado, de um "eu te amo" aqui ou ali. Fingir não ligar para o outro e fingir que estamos bem com esse tipo de relacionamento só vai nos fazer mal.
É tão libertador quando a gente percebe que, mais importante do que saber se o cara com quem você troca olhares vai te achar maluca ao receber um convite seu para sair, é poder fazer convite e não se preocupar com o que pensam os outros. Ser romântica é ter a certeza de ter demonstrado o que se queria demonstrar, e de ter sempre sido honesta com seus sentimentos. É poder, inclusive, enviar um sms pós encontro dizendo o quanto a companhia dele te fez bem, sem medo de ser feliz.
Assumir seu romantismo é assumir e aceitar uma parte da sua personalidade. É saber com quais pessoas você pode se relacionar e com quais pessoas você não dá certo. É gritar ao mundo os sentimentos do seu coração e viver a vida sem arrependimentos sobre aquilo que não foi, mas poderia ter sido.
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